Quantas vezes bastou apenas um olhar teu pra que eu me sentisse aquecida por dentro?
Quantas vezes eu corri ao seu encontro embaixo da chuva gelada, pra então tu me dar um abraço caloroso?
Quantas vezes nos beijamos em público sem medo da reação dessa sociedade hipócrita?
Quanta coisa nós duas passamos juntas.
Talvez a história tivesse tomado um rumo diferente se tu não fosse tão teimosa.
Te pedi várias vezes que não saísse de casa naquela noite, pedi que tu deixasse pra sair na manhã seguinte. Mas tu não quis me ouvir.
Pegou a chave da moto e o capacete e veio até o sofá em que eu estava. Me deu um beijo na testa e disse pra mim não esquecer o quanto tu me amava.
Antes que tu pudesse alcançar a porta, corri e te abracei bem forte. Tu simplesmente riu e pediu que eu te soltasse pois precisava ir.
Soltei e fiquei ali, só observando tu te afastar lentamente com a moto.
Me sentei no sofá e adormeci. Acordei algumas horas depois com os vizinhos me chamando. Abri a porta e um policial pediu que eu o acompanhasse até o IML.
Sem entender e sem querer acreditar, comecei a chorar desesperadamente.
Não consigo lembrar de muita coisa depois disso. Talvez eu tenha desmaiado, talvez eu simplesmente não queira lembrar, mas isso já não importa mais.
Já faz alguns meses que tu partiu e me deixou sozinha nesse mundo cruel. Agora, tudo o que me resta são as lembranças e as boas recordações. Foram tantos os momentos de alegria ao teu lado e isso é o que tem me dado forças pra continuar vivendo.
Eu queria poder te dizer o quanto ainda te amo, o quanto tu ainda é muito presente em minha vida, mas não sei como fazer. E foi através dessa carta que encontrei uma maneira de desabafar.
Carta essa que guardarei junto com tuas coisas, com as cartas que trocamos quando nos conhecemos, com os bilhetes apaixonados durante nosso namoro e com as declarações de amor feitas em guardanapos de restaurantes.
Mas o mais importante eu guardo dentro do meu peito, no meu coração, o seu amor.
Com amor, sua sempre amada, Teena Bent